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domingo, 8 de junho de 2014

Eterna juventude: genética reverte envelhecimento celular


CÉLULAS VELHAS VIRAM CÉLULAS-TRONCO
Do blog BananaPost
Essa notícia é uma bomba, daquelas para dar um nó na cabeça de qualquer um: acaba de ser encontrada uma forma de começar a acabar com a velhice — algo como a descoberta do “elixir da eterna juventude”, que povoa as fantasias mais ancentrais da humanidade, desde que homens e mulheres aprenderam a andar eretos e para a frente.
Sim, é verdade, juro! Geneticistas conseguiram restaurar a juventude de células de doadores idosos, com até mais de 100 anos de idade, ao reprogramá-las ao estágio de células-tronco, bem jovens, demonstrando assim que o processo de envelhecimento é reversível.
A possibilidade de apagar as marcas do envelhecimento celular marcam uma nova etapa na direção da medicina regenerativa com vistas a corrigir uma patologia, já que a ciência sempre considerou que ficar velho não é algo natural, mas sim uma doença.
O resultado desta pesquisa, realizada pelo instituto francês de Genômica Funcional (Inserm/CNRS/Université de Montpellier) e publicado na revista Genes & Development, permite compreender melhor o envelhecimento e corrigir seus aspectos patológicos.
Parece complicado mas não é. Veja o que os cientistas fizeram:
As células idosas foram reprogramadas “in vitro” em células-tronco pluripotentes iPSC (sigla em inglês para células-tronco pluripotentes induzidas) e, com isso, recuperaram a juventude e as características das células-tronco embrionárias (hESC).
Estas células podem se diferenciar dando origem a células de todos os tipos (neurônios, células cardíacas, da pele, do fígado…) após a terapia da “juventude” aplicada pelos cientistas.
Desde 2007 os cientistas demonstraram ser capazes de reprogramar as células adultas humanas em células-tronco pluripotentes (iPSC), cujas propriedades são semelhantes às das células-tronco embrionárias.
Um dos grandes lances, portanto, é que esta reprogramação a partir de células adultas evita as críticas ao uso de células-tronco extraídas de embriões.
NOVA ETAPA
Até agora, a reprogramação de células adultas tinha um limite, chamada de senescência, última etapa do envelhecimento celular. A equipe francesa acaba de superar este limite.
Os cientistas primeiro multiplicaram células da pele (fibroblastos) de um doador de 74 anos para alcançar a senescência, caracterizada pela suspensão da proliferação celular. Em seguida, eles fizeram a reprogramação “in vitro” destas células.
Mas como isto não foi possível com base em quatro fatores genéticos clássicos de transcrição (OCT4, SOX2, C MYC e KLF4), eles adicionaram outros dois (NANOG e LIN28).
Graças a este novo “coquetel” de seis ingredientes genéticos, as células senescentes reprogramadas recuperaram as características das células-tronco pluripotentes de tipo embrionário, sem conservar vestígios de seu envelhecimento anterior.
Ou seja, os marcadores de idade das células foram apagados e as células-tronco iPSC passaram a produzir células funcionais, de todos os tipos, com capacidade de proliferação e longevidade aumentadas.
Os cientistas em seguida testaram com sucesso seu coquetel em células mais envelhecidas, de 92, 94, 96 até 101 anos, concluindo que — bingo! — “a idade das células não é definitivamente uma barreira para a reprogramação”.
Numa primeira etapa estes trabalhos abrem o caminho para o uso de células reprogramadas iPS como fonte ideal de células adultas toleradas pelo sistema imunológico para reparar órgãos ou tecidos em pacientes idosos.
A longa caminhada até chegar no tão sonhado “elixir da eterna juventude”, ao que tudo indica, pode estar próxima do fim.


Origem da notícia, com imagem de tronco de madeira (usada de brincadeira) encontrada na galeria de Adriano Falcão, no Flickr.




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